As linhas de cuidado são percursos assistenciais padronizados com foco em ações de promoção, prevenção, tratamento e reabilitação. Elas são basicamente o “roteiro” de um usuário em uma rede organizada de saúde.
Muito utilizadas na saúde pública, aplicar linhas de cuidado também pode trazer grandes benefícios para a saúde privada. Elas também transformam a experiência do usuário, já que todo o conceito é centrado no bem-estar e acompanhamento do paciente.
Saiba mais sobre linhas de cuidado, atenção primária à saúde e como aplicá-las na gestão de saúde corporativa. Continue lendo!
A Atenção Primária à Saúde (APS)
Antes de falar mais especificamente sobre as linhas de cuidado, precisamos falar sobre o conceito que as precede: a Atenção Primária à Saúde.
A APS é uma maneira de organizar o atendimento na área da saúde para que ela atenda a população de forma sistematizada e contínua, cobrindo as diversas necessidades que os indivíduos possam ter.
A atenção primária é considerada a “porta de entrada” do paciente numa rede de saúde e tem como objetivo orientá-lo sobre a prevenção de doenças e direcioná-lo a um atendimento mais personalizado em casos mais complexos.
Existem quatro atributos da atenção primária. São eles:
- Atenção ao primeiro contato: se refere à acessibilidade da atenção primária e a percepção dos usuários quanto à ela.
- Continuidade do atendimento: também conhecido como o atributo da “longitudinalidade” do atendimento, ele se refere ao vínculo do beneficiário a uma unidade de saúde e à centralização dos serviços básicos.
- Integralidade do serviço: já que as consultas básicas devem ser centralizadas na unidade, esse atributo é a garantia de que ela está oferecendo todos os serviços necessários para atender a população-alvo.
- Coordenação do cuidado: é a garantia de que a equipe da atenção primária está organizando, coordenando e integrando os cuidados do paciente. É aqui que entram as linhas de cuidado.
Segundo a ANS, a equipe que integra a Atenção Primária à Saúde deve ser interdisciplinar e multiprofissional. Ela deve ser composta por, no mínimo:
- um médico de família especialista em clínica médica com capacitação e experiência em APS;
- um enfermeiro especialista em saúde da família ou generalista;
- outro profissional de saúde de ensino superior;
- caso a carteira de serviços de APS da operadora inclua procedimentos, é preciso de um segundo profissional de enfermagem;
Outros profissionais como fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos, terapeutas ocupacionais, etc, também podem fazer parte da equipe básica.
A APS na saúde suplementar
Embora muito presente na saúde pública, para a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a Atenção Primária à Saúde possibilita que operadoras de saúde desenvolvam um cuidado cada vez mais qualificado para os pacientes.
A participação da operadora no Projeto de Atenção Primária à Saúde promovido pela ANS pode aumentar a pontuação no IDSS (Índice de Desempenho da Saúde Suplementar) e a satisfação dos beneficiários.
Da mesma maneira que no SUS, planos de saúde com foco na atenção primária tem uma sede específica para que os beneficiários possam fazer suas consultas e outros procedimentos mais básicos com a equipe de APS, podendo ser direcionado a outras especialidades caso for preciso.

Os tipos de linhas de cuidado
Agora que você já sabe o que é a APS e a vantagem de aplicá-la na saúde suplementar, vamos recapitular o conceito de linhas de cuidado.
As linhas de cuidado fazem parte da Atenção Primária à Saúde e, como explicado anteriormente, elas são o itinerário que o paciente vai seguir em uma rede de saúde.
Segundo o Ministério da Saúde, o objetivo das linhas de cuidado é “orientar o serviço de saúde de forma a centrar o cuidado no paciente e em suas necessidades; demonstrar fluxos assistenciais com planejamentos terapêuticos seguros nos diferentes níveis de atenção; estabelecer o percurso assistencial ideal dos indivíduos nos diferentes níveis de atenção de acordo com suas necessidades”
Os tipos de linhas de cuidado disponíveis no Ministério da Saúde, são:
- Acidente Vascular Cerebral (AVC) no Adulto
- Asma
- Câncer de mama
- Depressão no adulto
- Diabetes Mellitus tipo 2 (Primeira Versão)
- Doença Renal Crônica (DRC) em Adultos
- Dor Torácica
- Hepatites Virais
- Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) no Adulto
- HIV / Aids no adulto
- Infarto Agudo do Miocárdio (IAM)
- Insuficiência Cardíaca (IC) no adulto
- Obesidade no adulto
- Pessoas com Demência
- Puericultura e Hebicultura
- Tabagismo
- Transtornos de Ansiedade no adulto
- Transtornos por uso de álcool no adulto
- Transtorno do Espectro Autista (TEA) na criança
- Síndrome de infecção congênita pelo vírus Zika (SCZ)
Você pode conferir sobre cada uma delas no detalhe no portal do Ministério da Saúde dedicado às linhas de cuidado.
Qual é a relevância das linhas de cuidado na gestão saúde corporativa?
A gestão de saúde corporativa consiste basicamente no acompanhamento constante da apólice de saúde e tem o objetivo de promover a saúde preventiva e, com isso, também promover economia na utilização do convênio para diminuir a sinistralidade.
É por essa exata razão que a aplicação de linhas de cuidado é mais do que recomendada na gestão de saúde. Além de acompanhar de perto o percurso dos beneficiários na rede de saúde, a promoção de ações de prevenção já é uma das tarefas principais no trabalho de gestão de saúde.
Leia também: Gestão de saúde corporativa: guia completo
A Wellbe, por exemplo, conta com a área de gestão de saúde em auxílio ao BI e um dos serviços adicionais disponíveis é a definição de linhas de cuidado em parceria com programas de saúde parceiros.
E aí, você já sabia o que eram as linhas de cuidado no detalhe? Conta pra gente nos comentários! 💬