As vacinas são compostas por agentes patogênicos (vírus ou bactérias), que podem ser toxinas ou componentes dos próprios microorganismos que causam a doença, mas em versões atenuadas ou mortas, que são incapazes de gerar uma enfermidade. Quando a substância é injetada, os anticorpos agem para combater o problema, evitar o contágio e criar memória de defesa no corpo.
As vacinas são seguras e causam poucas reações adversas, que quando acontecem são leves ou de curta duração. Como um pacto coletivo em prol da saúde, depende da colaboração de cada cidadão para dar certo e, ainda assim, é a melhor forma de prevenir e salvar vidas.
Nesse artigo, vamos explicar como é o processo de produção das vacinas, como ela funciona e qual é a sua importância.
Fases da produção das vacinas
Até que uma vacina esteja disponível e liberada para o mercado consumidor, ela precisa passar por diversos testes de segurança e eficácia. Para que tudo seja feito da forma correta, às vezes são necessários muitos anos e o consumo de milhões de dólares até que se chegue no resultado ideal.
As fases de fabricação que vamos abordar são:
- Pesquisa e coleta de amostras
- Descoberta e desenvolvimento
- Testes pré-clínicos e clínicos
- Liberação da vacina pelos órgãos reguladores
Fase 0: Pré-clínica
Antes de qualquer outra etapa, os cientistas avaliam dezenas (e até centenas) de moléculas para definir qual será a composição da vacina. São feitos diversos experimentos em laboratório com células cultivadas em in vitro e, em alguns casos, testes em animais.
Quase 90% dos compostos são rejeitados nessa fase e não seguem adiante.
Fase I: Pesquisa e coleta de amostras
Com muito tempo de pesquisa e testes com amostras da doença, procura-se descobrir a melhor forma de imunizar o vírus e se inicia o desenvolvimento da vacina.
A partir deste ponto, o medicamento já pode ser testado em humanos. São selecionados pequenos grupos de 20 a 100 pessoas para análise, e os cientistas monitoram as dosagens e efeitos colaterais.
Dos compostos aprovados na fase pré-clínica, cerca de 70% são reprovados na fase 1.
Fase II: Descoberta e desenvolvimento
Com os resultados da Fase I, já é possível ampliar os grupos de teste para 100 a 300 pessoas. O principal objetivo dessa etapa é estudar e verificar mais detalhadamente a imunogenicidade e segurança da vacina.
Essa análise define se é necessária a alteração de algum dos agentes celulares, que podem ser combinados, enfraquecidos ou ativados. Nesse momento, também são registrados os efeitos colaterais nos indivíduos de teste.
Fase III: Testes pré-clínicos e clínicos
Nesse momento, são feitos os últimos testes laboratoriais. Os grupos de teste são ampliados para 5 a 10 mil pessoas e, mesmo com a aprovação, a vacina continua sendo monitorada em busca de eventuais reações adversas.
De cada 10 compostos que chegam até o fim dessa fase, 7 são reprovados.
Fase IV: Liberação da vacina pelos órgãos reguladores
Com a segurança da população garantida, os laboratórios pedem a liberação da vacina para comercialização. Se aprovada, é mantido o acompanhamento dos grupos de pessoas que receberam as doses do composto. Esse procedimento tem o objetivo de afirmar se a vacina está atingindo a eficácia prevista pelos estudos.

A importância da vacinação
As vacinas agem de acordo com o desenvolvimento da memória imunológica. A introdução de um agente patogênico (ou seus derivados) no organismo incentiva o sistema imune a produzir anticorpos para combater a doença. Se o corpo for infectado com aquele agente no futuro, já será capaz de produzir uma resposta imunológica mais rápida e eficiente para destruí-lo.
Com a vacinação, não só a pessoa imunizada fica protegida, mas toda a comunidade ao seu redor, como família, amigos, colegas e vizinhos! Isso porque, além de evitar o desenvolvimento de sintomas severos, também deixa de se tornar um vetor que pode contagiar outras pessoas com a doença.
O raciocínio é que, quanto mais cidadãos vacinados, menor é a chance de uma doença se espalhar pela sociedade. Muitas enfermidades já foram erradicadas por causa da vacinação, como é o caso da paralisia infantil, sem casos no Brasil desde 1989. Já a falta de vacinação faz com que várias doenças voltem a circular, e por isso devemos manter essa discussão relevante e acessível para mostrar os avanços que a ciência trouxe para a saúde do Brasil.
A própria poliomielite, mesmo erradicada há 34 anos, tem sido motivo de preocupação: a vacinação de crianças menores de 5 anos está muito abaixo do esperado; em 2022, o número chegou a 72%, enquanto o ideal seria uma cobertura vacinal de 90-95%.
É muito importante que instituições públicas e privadas sejam cada vez mais assertivas no incentivo à vacinação, para que possamos impedir epidemias e casos graves de doenças contagiosas e para que a saúde da população no geral seja cada vez melhor.
E aí, você já sabia sobre a importância e o processo de produção das vacinas? Compartilhe essa discussão e continue acompanhando nossos conteúdos aqui no blog!
2 Comentários
Hoje ainda é super importante ficarmos ligados nas notícias sobre o Covid-19!
Matéria marvilhosa. Meus parabéns!
Com certeza, Ygor! Agradecemos o seu comentário