RPM (Monitoramento Remoto de Pacientes): uma tendência a adotar
RPM (Remote Patient Monitoring), ou "Monitoramento Remoto de Pacientes" em português, é uma tecnologia que ajuda os prestadores de serviços de saúde a monitorar pacientes fora do centro médico. Essa abordagem, aliada à tecnologia, permite aos profissionais de saúde o acompanhamento da condição de um paciente em tempo real (ou muito próximo) sem precisar estar fisicamente no centro médico.
Esse acompanhamento pode ser feito por meio de dispositivos médicos como, por exemplo, medidores de pressão arterial e glicosímetros. Assim sendo, a informação que o RPM recolhe pode ser utilizada por profissionais de saúde para identificar problemas recorrentes e padrões para fazer uma intervenção adequada e individualizada, evitando que o paciente desenvolva um problema de saúde maior, ou até mesmo que seja internado por falta de prevenção.
O Monitoramento Remoto de Pacientes pode ser especialmente útil em casos crônicos, como diabetes, hipertensão arterial, doenças cardíacas e pulmonares, onde o monitoramento frequente da saúde do paciente é importante para prevenir complicações. Entretanto, ele não é restrito a esse tipo de população. Afinal, o RPM pode ser utilizado por qualquer prestador de serviços de saúde que precise monitorar pacientes fora do centro médico, como pacientes em recuperação de uma cirurgia ou internação hospitalar para prevenir complicações. Acompanhe e saiba mais sobre o RPM!
Quem pode se beneficiar ao aplicar o RPM
São diversas as áreas que podem se beneficiar da utilização do RPM, tais como:
- Cardiologia: pacientes com doenças cardíacas, como insuficiência cardíaca, arritmias, hipertensão arterial e outras condições cardíacas crônicas.
- Pneumologia: pacientes com doenças respiratórias crônicas, como asma, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), fibrose cística e outras condições pulmonares.
- Endocrinologia: pacientes com diabetes, doenças da tireoide, doenças da glândula adrenal e outras condições endócrinas.
- Neurologia: pacientes com doenças neurológicas crônicas, como Parkinson, esclerose múltipla, epilepsia e outras condições neurológicas.
- Oncologia: pacientes em tratamento de câncer podem ser monitorados remotamente para garantir que não haja complicações ou efeitos colaterais do tratamento.
- Geriatria: pacientes idosos com várias condições médicas crônicas podem se beneficiar do monitoramento remoto para gerenciar suas condições de saúde.
- Medicina de reabilitação: pacientes em reabilitação após lesões ou cirurgias.
- Medicina do sono: pacientes com distúrbios do sono, como apneia do sono.
- Psiquiatria: pacientes com transtornos psiquiátricos, como depressão e transtornos de ansiedade.
- Ginecologia e obstetrícia: pacientes em gravides podem ser acompanhadas remotamente para garantir a saúde do feto e da mãe.
- Nefrologia: pacientes com doenças renais crônicas, como insuficiência renal.
- Oftalmologia: pacientes com doenças oculares crônicas, como glaucoma e degeneração macular.
- Reumatologia: pacientes com doenças reumáticas crônicas, como artrite reumatoide e lúpus.
- Medicina de família e comunidade: médicos de família podem usar o RPM para monitorar a saúde de seus pacientes e garantir que eles estejam recebendo cuidados preventivos adequados.
- Odontologia: usado para monitorar a saúde oral e a progressão de tratamentos odontológicos, como ortodontia e implantes dentários
- Infectologia: pacientes com doenças infecciosas crônicas, como HIV e hepatite C.
- Medicina do esporte: atletas em treinamento ou em recuperação de lesões podem.
Vantagens de fazer o Monitoramento Remoto de Pacientes
Os benefícios do RPM impactam tanto o prestador de serviços de saúde quanto os profissionais de saúde e pacientes. Entre as principais vantagens do RPM, estão:
- Prevenção e melhoria da qualidade de vida do paciente: ajuda o paciente a receber cuidados mais cedo, evitando complicações que possam impactar na saúde e qualidade de vida
- Melhora na adesão ao tratamento: profissionais de saúde fornecem feedback e suporte, aumentando a motivação do paciente para continuar o tratamento. Além disso, o RPM pode auxiliar na identificação de problemas de saúde em estágio inicial, o que pode melhorar o prognóstico do paciente assim como identificar áreas que precisam ser trabalhadas no tratamento do paciente.
Inclusive, os maiores benefícios para os prestadores de serviços de saúde vão desde o financeiro até o operacional:
Benefício financeiro, através de:
- Redução do custo de saúde por visitas ao hospital.
- Evita consultas médicas presenciais desnecessárias, internações hospitalares e visitas ao pronto-socorro.
- Melhoria na utilização dos recursos de saúde, readmissões hospitalares e testes de diagnóstico desnecessários,
- Geração de novas receitas para serviços remotos
Benefício operacional, através de:
- Maior escala de atendimento de pacientes em menos tempo.
- Melhoria na gestão de casos complexos que precisam de atendimento contínuo.
- Informações precisas do paciente evitando duplicidade de trabalho
- Integração do time médico, unificação das atividades do paciente em um único lugar
- Atendimentos precisos e individualizados.
- Mais eficiência do gerenciamento de trabalho do time de saúde
Além dos prestadores de serviços o próprio paciente obtêm grandes benefícios com a utilização de um RPM, como:
- Redução do tempo com deslocamento do paciente para as consultas presenciais
- Envolvimento dos pacientes no processo de cuidado, tornando-se mais conscientes de sua própria saúde.
- Maior contato com o time de saúde: o time de saúde através do RPM oferece informações e feedback sobre sua saúde de forma constante sem ter que esperar muito tempo para a consulta médica.
- Melhora da qualidade de vida, evita que o paciente piore sua saúde até precisar de ir ao ponto de socorro ou necessitar de uma internação
Exemplos de utilização do RPM
Dentro das múltiplas utilizações que podemos aplicar com um RPM, vamos pegar de exemplo o cuidado com um paciente crônico:
- Monitoramento do nível de glicose no sangue com glicosímetro e a transmissão dessas informações para um aplicativo de acompanhamento: o médico pode avaliar esses dados e ajustar a dose de insulina ou medicamentos orais de acordo com as necessidades do paciente. Além disso, pode avisar ao time de saúde e ao paciente se acontecer uma hipoglicemia de forma imediata para atuar rapidamente.
- Monitorar a pressão arterial: para pacientes com hipertensão, um monitor de pressão arterial conectado à internet pode medir a pressão arterial do paciente regularmente e transmitir esses dados para um aplicativo de monitoramento. O time de saúde poderá intervir em função dos dados e ajustar o tratamento de acordo com as necessidades do paciente.
- Monitoramento de atividade física, alimentação, sono e humor: os dados podem ser recolhidos pelo próprio smartphone do paciente, como tempo de caminhada, calorias queimadas, estado de humor, horas de sono… O time de saúde pode fazer intervenções de acordo com as necessidades do paciente.
- Em pessoas com asma: a frequência e gravidade dos sintomas do paciente podem ser rastreadas, como tosse, falta de ar ou chiado no peito.
- Monitoramento de medicamentos: para pacientes com várias condições crônicas, um aplicativo de monitoramento pode ser usado para rastrear a adesão do paciente ao tratamento prescrito, incluindo o uso de medicamentos. O médico pode então avaliar esses dados e fornecer orientações para melhorar a adesão ao tratamento.
Por onde começar no Monitoramento Remoto de Pacientes
O primeiro passo será pesquisar quais opções existem no mercado que incluem integração com diferentes dispositivos, como celulares, smartwatches, etc.
Assim sendo, é recomendável que se escolha uma plataforma de RPM que seja adequada para sua especialidade e necessidades clínicas. Para isso, opte por uma plataforma que seja intuitiva e que possibilite customizar seus protocolos do tratamento.
Então, podemos seguir para o próximo passo, que é: treinar uma equipe multidisciplinar na utilização correta do RPM. Com isso feito, identifique pacientes elegíveis para o RPM e converse com eles sobre a possibilidade de utilizar o dispositivo e o aplicativo de monitoramento para acompanhar sua condição de saúde. É importante explicar como o RPM funciona e como ele pode ajudar no gerenciamento da condição de saúde do paciente.
Logo após, comece a monitorar os pacientes e certifique-se de que os dados coletados sejam facilmente acessíveis aos membros da equipe de saúde e ajudem a escalar o trabalho deles.
Com isso feito, analise os dados coletados pelo RPM e use-os para avaliar a condição de saúde do paciente e ajustar o tratamento de acordo com suas necessidades.
Por fim, pode-se concluir que a adoção do RPM só traz vantagens para a área da saúde, como aumento na receita e competitividade no mercado. Além disso, o Monitoramento Remoto de Pacientes aumentará a satisfação dos clientes e proporcionará uma gestão de saúde mais assertiva, fazendo com que a implementação dessa prática se torne cada vez mais importante em todas as pontas do setor.